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MST

Quando ouvimos falar em "invasões" de grupos de MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), geralmente acompanham-se frases dizendo, mais ou menos assim: "que ele é um movimento formado por um bando de vagabundos que invadem as fazendas querendo desapropriar uma terra da qual não possuem nenhum direito" (Depoimento oral de um professor graduado em Letras). A verdade não é bem esta. Na realidade são embarcadas para os acampamentos rurais (movimentos caracterizado por moradias constituidas sob lona) apenas as terras com as quais o governo fez o compromisso de desapropria-las, para então serem ocupadas num assentamento (moradia caracterizada pela já ocupação da posse de terra dos assentados). Ou seja, os Assentamento Rurais são resultados de políticas do Estado, assim como de pressões efetivadas por grupos de trabalhadores e/ou aliados exigindo alternativas de inclusão social, que implicam na redistribuição fundiária.
De acordo com dados do INCRA (2006), ao total são 123 Assentamentos formados na região de Mato Grosso do Sul, onde todos eles são efetivados segundo politícas publicas.
Noutras palavras, como analisa Ferrante (1994, p.127), “os assentamentos devem ser encarados como processos sociais complicados, cuja constituição, inserida em um complexo e contraditório jogo de forças sociais, reaviva debates que nunca saíram de cena para estudiosos da questão agrária”.

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4 Comentários

  1. Kátia é realmente interessante esta observação, sobre a real natureza dos assentamentos. Confesso-te que à bem pouco tempo atrás me perguntei se haveria assentamentos se estes não tivessem ajuda do Estado como órgão financiador. Outra pergunta é: Podemos diferenciar políticas públicas de reforma agrária, feita em terras que segundo a constituição não cumpre com sua função social, de invasões de propriedades particulares igualmente protegidas pela constituição? Concordo contigo quando fala que os movimentos sociais estão lutando por uma espécie de inserção social, mas devemos sempre lembrar que Invasão de propriedade privada, violência, e a não obediência as forças policiais constituem segundo a constituição crimes punidos com detenção. Então ou a lei é mudada o é cumprida. Não podemos ter meio termo.

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  2. Com certeza é muito esclarecedor este texto. Eu particularmente não fazia distinção entre Assentamento e Acampamento e agora posso fazer essa separação.

    Viva a Kátia, sua apresentação seminário de "Movimento Estudantil", quinta - 10/05, foi amplamente ovacionada e elogiada...ipe ipe uhaaaaaaaaaa!

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  3. Não sei se ainda sou digna de responder à perguntas como estas, mas tentarei com o mínimo do conhecimento que tenho analisar a proposta acima.
    Assim como você Mathiel, podemos pensar com que verba, ou seja, com quais investimentos os assentados poderião contar para ocupar as terras e lutar por melhorias se na verdade não houvesse o apoio do Estado. Como eles irião se organizar? Se eles já estão a procura de melhores condições, de que forma fazer essas ocupações com segurança, e esperando resultados?
    Minha reflexão me leva a pensar seriamente que talvez não houvessem se quer os acampamentos se não houvesse o apoio do Estado, pois ao passo que os militantes assumem a frente da luta campesinata, nesse momento já são necessárias políticas públicas para os ocupantes.Na realidade, a reforma agrária é uma conquista que o Estado apóia porque ela é propicia ao capitalismo, e este desenvolve o Estado. Porém devemos analisar: Nesse caso quem são os protagonistas do capitalismo? O Estado apóia, mas a disputa, as dificuldades e a frente na luta é assumida pelos acampados.
    Considero que a luta pela terra envolve essas ocupações que muitas vezes caracteriza-se por "invasões", e até mesmo a "desobediencia" de alguns fatores elaborados na constituição da terra,e que estas são refletidas na forma de políticas públicas.Infelizmente essa é a realidade, num mundo em que desde 1500 envolve conflitos pela conquista e posse da terra.A desordem, a ocupação ilegal, e os atos de violência que muitas vezes temos conhecimento de que ocorrem nos acampamentos e nos assentamentos, com certeza não deverião ocorrer,mas se pensarmos, talvez essa seja a única forma de mobilização, que realmente seja necessária para se ter mais compromisso com as políticas que norteiam essa questão tão problemática e investigadora.

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  4. Hino do MST

    Vem, teçamos a nossa liberdade
    braços fortes que rasgam o chão
    sob a sombra de nossa valentia
    desfraldemos a nossa rebeldia
    e plantemos nesta terra como irmãos!
    Vem, lutemos punho erguido
    Nossa força nos leva a edificar
    Nossa pátria livre e forte
    Construida pelo poder popular
    Braço erguido ditemos nossa história
    sufocando com força os opressores
    hasteemos a bandeira colorida
    despertemos desta pátria adormecida
    o amanhã pertence a nós, trabalhadores!
    Nossa força resgatada pela chama
    da esperança de um triunfo que virá
    forjaremos desta luta com certeza
    pátria livre operária camponesa
    nossa estrela enfim triunfará!

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