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EUA x URSS: batalhas olímpicas - Michael Phelps



Ainda na moda está o grande Bolt, mas com 27 anos Michael Phelps se tornou o maior medalhista olímpico da história e trouxe de volta uma "rivalidade" igualmente histórica: a rivalidade entre Estados Unidos e a falecida União Soviética. 

Michael Phelps, nascido em 30 de julho, alcançou o topo ao vencer sua 19ª medalha, nos Jogos Olímpicos de Londres (2012), superando, vejam vocês uma soviética: a ginasta Larisa Latynina, nascida na Ucrânia em 1937, que tendo participado de 3 Jogos Olímpicos (Melbourne 56, Roma 60 e Tóquio 1964), havia conquistado 18 medalhas - sendo 9 delas de ouro.
Nem precisa aqui fazer uma revisão sobre as oposições entre os blocos capitalista e socialista que sustentaram a Guerra Fria. Vale apenas a menção à alguns eventos marcantes envolvendo exatamente os Jogos Olímpicos. É o exemplo especialmente do boicote soviético dos Jogos de Los Angeles, 1984. Quatro anos antes os norte-americanos haviam se negado a ir à Moscou.

Em relação propriamente às disputas olímpicas, algumas "batalhas" foram travadas, como a que ocorreu em 1972, nos Jogos de Munique, na Alemanha (os mesmos que geraram o problemático e ainda incompreendido episódio Massacre de Munique, onde foram mortos 11 atletas israelenses). 

Mas a disputa aqui é outra, entre o Tio Sam e os Camaradas: trata-se do confronte travado no basquete, quando, faltando apenas 3 segundos para o término da partida final, um jogador soviético deu o tiro certeiro para levar o ouro olímpico naquele ano. Pois é, nesse evento, a maior damaticidade foi justamente o elemento que mudou o resultado da disputa. Os EUA venciam a partida por "50 a 49, quando soou a campainha, encerrando a partida. 

Enquanto os americanos iniciavam a comemoração, os soviéticos iam à mesa do representante, alegavam que tinham pedido um tempo. Não considerado pela arbitragem". Renato William Jones, autoridade de plantão, ordenou que a partida fosse reiniciada com 3 segundos de acréscimo. "Com um olho na bola e outro no cronômetro, o soviético encaixa um passe preciso... cesta e... aí sim, fim de jogo!": URSS 51 x 50 EUA. 

Irritados com a decisão, os norte-americanos se recusaram a receber as medalhas de prata - medalhas que, até hoje, estão repousadas nos cofres do Comitê Olímpico Internacional (Vídeo "Momento histórico: EUA x URSS nas Olimpíadas de Munique de 72, na Alemanha", Canal Band Esporte).

Vale lembrar que essa rivalidade olímpica começou 20 anos antes, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952. Era a primeira vez, desde a Revolução Russa de 1917, que a URSS participava de uma Olimpíada. Depois de longos anos de hegemonia olímpica, os norte-americanos se viram ameaçados por sua também rival político-econômico-social. Em Helsinque os EUA dominaram com 40 ouros, contra 22 da URSS, mas a União Soviética chegou perto no número total de pódios, com 71, contra 76 dos ianques. 

Bom, depois de Helsinque, só para citar Larisa Latynina, a disputa na ginástica rendeu 3 ouros em 3 jogos seguidos (56, 60, 64). No quadro de medalhas, a URSS ganhou dos EUA em Melbourne, 1956, com 98 medalhas contra 74; em Roma, 1960, com 103 medalhas contra 71 e, finalmente; 96 medalhas contra 90 em Tóquio, 1964. Os norte-americanos só voltariam ao topo de medalhas em 1968, nos Jogos Olímpicos realizados na Cidade do México, quando conquistou 107 medalhas, contra 91 dos soviéticos. E por aí vai... ...
 
medalhista
Larisa Latynina, Tóquio 1964. AP


Bom, finalmente, voltando ao Phelps, a superação do recorde de Larisa veio como parte da equipe de natação norte-americana no revezamento 4 x 200 livre. Foi sua 15ª medalha de ouro olímpica, somada às 2 de prata e 2 de bronze que também conquistou.


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* Postado originalmente em 31/jul/2012.

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