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Dossiê IPHAN "Modo de fazer viola-de-cocho"


Dias atrás eu compartilhei com vocês um texto dos professores Eudes Leite e Frederico Fernandes sobre uma experiência interessante com os "brincantes" do Siri Cururu no Pantanal sul-mato-grossense.

Hoje quero compartilhar um livro gratuito, Modo de Fazer Viola-de-Cocho, produzido por CNFCP e IPHAN. Trata-se de um estudo da cultura de fabrico da viola-de-cocho, mas também conta com uma tentativa de definir as manifestações culturais que envolvem "rodas, cantorias, ponteados e danças" do Siriri e do Cururu.


Seu Agripino Magalhães e Seu Martinho, 
Cantoria de Cururu.Corumbá-MS, 2002.
Foto de Francisco M. da Costa.



Apresentação


Viola-de-cocho é um instrumento musical de forma e sonoridade sui generis produzido na região da bacia do Rio Paraguai – baixada cuiabana e adjacências – nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Destaca-se como um instrumento fundamental nos gêneros musicais cururu e siriri, cultivados, sobretudo, em manifestações culturais ligadas à religiosidade e à brincadeira. É produzida de modo artesanal e, tradicionalmente, com matérias-primas extraídas da natureza – da fauna e da flora do pantanal e do cerrado.

A salvaguarda do processo de fabricação artesanal do instrumento só é possível, portanto, se for ecologicamente sustentável e fundada na relação harmoniosa e consciente
dos artesãos com o meio ambiente. Entretanto, a mera sustentabilidade ecológica não garante a preservação da viola-de-cocho como instrumento musical. A garantia do acesso às matérias primas e da reprodução artesanal não são suficientes para sua continuidade. Essas ações devem estar integradas à valorização da sonoridade desse instrumento e
de suas funções nas rodas, festas e celebrações que animam a vida social no Brasil Central.

É muito importante também que a viola-de-cocho e sua música sejam amplamente conhecidas e apreciadas pelo conjunto da sociedade brasileira, pois expressam a identidade de um universo cultural povoado de bichos, gente, santos, mitos, lendas e histórias fundamentais para a manutenção da riqueza simbólica de nosso país. Esse oitavo volume da série Dossiê Iphan traz a público aspectos relevantes desse universo que devem ser compartilhados e divulgados para ampliar o conhecimento sobre esse patrimônio cultural.


Parafraseando um verso bem popular no cururu:

“Deixa estar, jacaré, que essa
riqueza não vai acabar...”

Luiz Fernando de Almeida
Presidente do Iphan


Entalhe do corpo da viola-de-cocho.
Cuiabá-MT, 2003. Foto de Francisco M. da Costa




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