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O UFC em Jaraguá do Sul e os gladiadores na Arena!

Arena Jaraguá. Divulgação.

Eu até que tentei fugir, juro que tentei! Mas, o evento UFC em Jaraguá do Sul virou assunto em qualquer canto que eu fosse ou olhasse. Eram cartazes com fotos dos principais lutadores, comentários em todas as possíveis redes sociais e meios de comunicação, além dos papos mais cabeça. 

Alguém pode estar perguntando, mas esse professor não foi morar em Guaramirim, a terra do passarinho cor de rosa em estado diminutivo? Sim, isso mesmo. Mas, basta uma vista a alguns quarteirões de casa para perceber que o que me separa da cidade vizinha é apenas uma ponte sobre o rio que dá nome à região de vale a que pertencemos, o Itapocu (com som tônico no final).

Pois é, mas o assunto dessa postagem são os combates de MMA da cidade vizinha. Os enfrentamentos começaram no começo (vejam a redundância) da tarde, mas a principal atração seria o veterano Vítor Belfort, o garoto propaganda Bad Boy dos anos 2000, contra o norte-americano Luke Rockhold, na noite desse sábado (18 de maio).

É aí que está. Alguns amigos já se manifestaram contra o UFC ou qualquer esporte que envolva violência. Os argumentos são justificáveis e se referem aos efeitos disso na sociedade, como apologia à brutalidade humana, além dos efeitos sobre os próprios lutadores, muitos dos quais ganham de brinde muitas sequelas, algumas delas irreversíveis.

É nesse sentido que alguns momentos esses combates me fazem pensar das lutas de vida ou morte nas arenas romanas, lá no período clássico. O assunto, além de outros, teve atenção especial dos historiadores Pedro Paulo FunariRenata Senna Garraffoni (ver um artigo  relacionado). Naqueles combates os lutadores tinham diante de si a glória ou a morte, diante de outros lutadores ou dos bestiarii (os animais). Como nos eventos atuais, naqueles tempos os gladiadores só enfrentavam gente do mesmo peso que o seu, um samnita, um guerreiro pesado, não poderia enfrentar um trácio, porque este estaria em desvantagem.

Claro que existem diferenças fundamentais entre os dois eventos, UFC e as lutas dos gladiadores, que vão além da distância temporal. Claro também que se trata de um assunto interessante e que poderia render ainda mais conversas,  não podendo ter um tratamento breve aqui - me contentando apenas em escrever algumas poucas palavras ensaístas.

Mas, o que talvez eu possa dizer sobre mais algumas  semelhanças é que a violência está disponível aos olhos dos espectadores em ambos, como evento sublime de medição de forças, músculos e resistência física. Era um evento muito aguardado no passado, o que não é diferente hoje com o segundo esporte mais popular do Brasil. Para isso, em ambos, havia e há um treinamento exaustivo, a fim de estarem prontos para o confronto. 

O que também chama a atenção é que até pessoas costumeiramente pacíficas se deixam vislumbrar por estes momentos de digladiamento de arena.

Da minha parte, sinceramente não saberia dizer com certeza que sou contra ou a favor esses eventos. Como já disse um tempo atrás: os seres humanos têm dessas coisas, alguns mesmo ávidos por violência e combate. Então, se é para ser, que seja "institucionalizado" e se querem se bater, pois que se batam, enquanto nós os vemos e tentamos entender o que isso provoca em nós mesmos.

Bom, encerrando e antes que me esqueça... Para quem não pagou os valores cobrados e não viu a luta na, vejam vocês, Arena Jaraguá, já deve a essa altura saber que o Belfort ganhou a luta por nocaute e isso pode ser conferido, com replays a vontade, no site do evento, só clicar aqui


Cena do 3° episódio da Série "Spartacus - Gods of the arena"

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