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Afinal "o gigante acordou": seguem as manifestações

Dilma (Evaristo Sá/AFP/Lancenet)

Depois de ver o que muita gente vem comentando, usando hashtags e "ocupando" redes sociais, postando fotos, vídeos e uma infinidade de informações sobre as manifestações que agora se espalharam por todo o Brasil, quero fazer minha própria avaliação sobre algumas coisas que vem acontecendo até aqui. Daí, se vocês que participaram ou não, saindo às ruas ou de outras maneiras, concordarem ou não com o que eu disser e desejarem, aproveitam para contribuir com estas reflexões. 

Encarem esta postagem como uma continuação da outra, aquela sobre manifestações no Brasil serem vistas como vandalismo, com novas situações e ações, e imagem que haverão outras ainda...

O fato é que gigante acordou, o Brasil se manifesta, as pessoas pacatas e ordeiras saem as ruas. Alguns saem com propostas concretas, outras acompanhando a multidão. Alguns sabem porque fazem, outros nem tanto. Juntos saem também os saqueadores, os verdadeiros baderneiros (em minha opinião) e aqueles que esperavam uma oportunidade para botar seu potencial destrutivo, humano, à prova. 

Como resultado dos verdadeiros manifestos, com ou sem interesses políticos (ficaria com a primeira opção), em muitas cidades as tarifas dos transportes vem baixando, em resposta aos protestos, e outras medidas de reforma e/ou mudanças vem sendo tomadas para satisfazer os manifestantes.  

E entre essas respostas oficiais, temos que a presidenta Dilma Rousseff veio a público na sexta feira (21 de junho), em rede nacional de televisão, e se ofereceu para ouvir "as vozes democráticas que pedem mudança" (veja o vídeo, clique aqui). Ela teria lutado pela liberdade em épocas de ditadura e agora se sentiria pronta para ouvir os brasileiros que se "levantam". 

Dentre os assuntos que tratou está a necessidade apontada de "oxigenar a política" e torná-la mais permeável, sendo para isso necessária uma reforma que amplie a participação popular. De fato, muitos vinham reclamando da pouca participação do povo em movimentos por mudanças no países, agora parece que já temos os sinais e essas pessoas precisariam mesmo serem ouvidas. Mas não é só isso.

Sigamos. Outro assunto tratado por ela foi sobre a saúde no Brasil. Ela fez questão de dizer que tem havido melhorias, mas muita coisa ainda está por ser feita. Uma solução  apresentada por ela é que seria polêmica: trazer médicos do exterior para completar o quadro nacional. Eu fico com algumas dúvidas que me incomodam a este respeito: o Brasil não têm médicos? Ou os médicos do exterior seriam mão de obra mais barata? Ou pior ainda, nossas universidades não estaria preparando profissionais bons o suficiente para os trabalhos que são requeridos? E se pode ser ainda pior, ouvi um repórter dizer que os médicos brasileiros não querem trabalhar em situações e com equipamentos precários, com medo das cada vez mais crescentes denúncias por imperícia e falhas.

Ainda em relação à saúde, mas também à educação, Dilma falou sobre a Copa: os financiamentos das construções estariam, segundo ela, sendo pagos pelas empresas e pelo governos, que "estão explorando esses recursos", e não pagos pelos cofres públicos federais. 

No mais, ela prometeu também "100% dos royalties do petróleo para educação". Será?

Quanto às tarifas dos transportes e sua qualidade, um dos personagens principais, mas não únicos, das manifestações,  ela prometeu a criação do Plano Nacional de Mobilidade Urbana. Ainda não sabemos o que é isso, mas esperamos, ou para elogiar ou para criticar - quem sabe as duas coisas, já que tudo é possível.

O fato é a situação instalada em nosso país é complexa e as ideias propostas de mudança são amplas, e muito difíceis de serem adotadas. Agora, por outro lado, se não começarmos a agir, nunca teremos um fim (se é que isso não seja apenas um idealismo da nossa parte).

Terminando de falar do pronunciamento da presidenta, vale "chamar a atenção para a chamada" no final (oh my, quanta redundância professor!): "país rico, país sem pobreza". Nem os EUA ou outro dos "super-desenvolvidos" pode dizer isso. Seria mais um idealismo? Fica a dúvida.

De qualquer forma, o gigante acordou, muitos manifestantes e seus representantes já declaram que seguirão agindo, afinal as ações "vão além das tarifas de ônibus" e não pretendem esperar por "boas vontades" dos governos estaduais e federais.


Manifestantes no teto do Congresso (RD1)

Para terminar, se é que terminaremos tão já, quero compartilhar um vídeo com vocês, bem curto por sinal, onde o senador Cristovam Buarque defende manifestações e dá opinião sobre vandalismo. Isso aconteceu em uma plenária do senado, no momento das manifestações na frente do congresso do dia 20/06/13. No momento só tinha em torno de 5 senadores, entre eles Randulfo Alves e Ana Amélia, "os únicos corajosos que toparam ficar enquanto o couro comia lá fora"*. 



* Descrição do próprio autor do vídeo no Youtube.

Veja mais:


http://www.cartacapital.com.br/sociedade/apos-manifestacoes-dilma-promete-discutir-pacto-para-melhorar-servicos-publicos-5687.html




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