Histórias do Brasil - episódio 2: Colonização

Nós brasileiros temos ainda, em minha opinião, uma certa deficiência quando o assunto é conhecer a História do Brasil. Creio que a coisa fique ainda mais complicada quando olhamos para o alunado das redes públicas e particulares de educação. Priorizamos o que é importado, como herança de outros tempos, e isso não é de hoje.

Por isso, acho interessante quando este episódio levanta questões importantes, relacionadas a escravidão no Brasil. Focados nos engenhos de açúcar, com a figura do pater familia, explicam os historiadores convidados como passamos do apresamento dos indígenas para a importação de africanos. Falam ainda a respeito do "barbarismo indígena", com a descrição pejorativa feita pelos europeus de seus ritos e culturas, com a finalidade justificar sua escravização. Aliás, sobre a questão do trabalho, Eduardo Viveiros de Castro questiona o mito da mulher como figura central nos trabalhos agrícolas, em detrimento dos homens.

Não faltam comentários sobre a dizimação do "gentil", sobretudo pelas epidemias trazidas pelos europeus, que teriam reduzido a população indígena à mais ou menos 1/10 do que era antes do contato.

E de resto, como em toda a série, mais uma vez se recorre a dramatização para ajudar explicar a passagem da escravidão indígena à escravidão negra. No primeiro caso, apesar de reduzido o número de escravos indígenas (os chamados negros da terra) no Nordeste brasileiro, não teriam sido abandonados, como muitos imaginam, continuando inclusive em funções importantes, como o fornecimento de alimentos, por exemplo. Alimentos como a mandioca e o milho, aprendidos com os mesmos indígenas, que entram de vez na dieta dos europeus.

Conta este episódio mais uma vez com a participação do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, além dos historiadores Mary Del Priori, Ronaldo Vainfas, Alberto da Costa e Silva, Ronald Raminelli e do saudoso John Manuel Monteiro.

Segue o vídeo...