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Copa no Brasil: democracia com defeito?




A ideia dessa postagem é refletir, especialmente as atitudes de grupos e pessoas que vem bradando ultimamente que "não vai ter Copa". Mais do que mostrar uma resposta a isso, a ideia é provocar; mais do que tomar partido, político ou de ocasião, a ideia é questionar o que pensamos e como usamos nosso telencéfalo!


Na democracia supõe-se que a decisão seja tomada em favor da vontade da maioria. O Brasil é um país que professa a democracia, ainda que com defeitos e diríamos tendenciosamente Neoliberal. Nesse sistema acredita-se que o povo tem poder de representação ou de escolher alguém que o represente. O voto nos é dado, ainda que ilusoriamente, para escolher "nosso futuro".

Ah, é outra coisa diferente, motivo que foi para outra postagem, se você não acredita em democracia ou tem sérias desconfianças em relação a sua eficácia.

Por um momento, apenas tenhamos em mente o que ela significa, ao menos teoricamente. Sendo assim, pergunte à maioria, faça uma pesquisa de opinião, sobre o que ela pensa sobre fazer a Copa do Mundo no Brasil. Feito isso, tente se lembrar da reação dos brasileiros (ou pelo menos uma grande parcela deles), às vezes a sua própria reação, quando foi anunciada a escolha do Brasil como sede.

Penso que devemos separar as duas coisas em questão: evento esportivo internacionalmente reconhecido x gastos astronomicamente descontrolados. Depois de fazer isso, tentemos uma síntese, algo como o que pensava Georg Hegel séculos atrás: tenhamos a tese do destaque dado ao Brasil através de um evento que um número maciço de brasileiros (entre eles, eu) apreciam; contraditemos essa tese pela antítese de que estamos (isso sim) descontentes com plus de gastos em estádios e a reduzida carga de money alocada em outras áreas fundamentais da nação (educação, saúde, etc...) - em outras palavras com a questão das faltas e das sobras

O resultado disso será nossa síntese afinal, que, se me permitem a utopia, seja uma síntese onde pensamos coletivamente, tendo em conta o que pensa a maioria, democraticamente, ainda que tenhamos convicção de que essa maioria não nos represente.

Por fim, e acho que seja o mais importante no momento, devemos pensar ou repensar a forma de fazer protestos e as ações tomadas em relação a isso: não adianta reclamar de gastos quebrando tudo! Depredar o que é tido como "público" não é ser mais justo. Não é uma boa resposta que devamos dar aos barões da Copa. Não creio que seja o caminho concertar quebrando, levando consigo o lema de que "Não vai ter Copa". Não estou dizendo que concordo com tudo, pois mesmo gostando de futebol, não me iludo! Mas, onde está o gigante nesse momento, depredando ou construindo? Ou será que o gigante se apequenou?

Reclamem sim, reclamem muito! Mas sejamos criativos, como vi alguém dizer por aí, na forma de fazermos nossas reclamações. Está na hora de aprendermos com a História, com H maiúsculo! O que aprendemos com o curto século XX? O que tiramos dessa tenebrosa Era dos Extremos? Nos vale de que sustentarmos visões políticas unilaterais e sistemas partidários, muitas vezes, falidos? Nos lembremos das duas guerras mundiais, uma delas já centenária! O que aprendemos sobre participação, manifestações, representação, corrupção, enfim... sobre seres humanos?

Se ainda assim, não concordarem com nada do que escrevi, ou das perguntas que deixei, sem problemas, mas segurem-se, não quebrem as vidraças do vizinho, recomecemos nosso diálogo.

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