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Dia do Rock ou o Rock do dia | José A. Fernandes




Já passamos por tantos anos desde que o primeiro Rock foi gravado por Elvis e cia. Passaram-se também anos até que institui-se um Dia Mundial do Rock. Aproveitemos então para fazer uma viagem pela trajetória do estilo mais vivo e duradouro do mundo!

Tudo começou (ao menos oficialmente) num 5 de julho de 1954, quando Elvis Presley entrou nos estúdios da Sun Records e com Bill Black e Scotty Moore gravou That's all right mama. Coisas interessantes vinham acontecendo antes disso; o mundo já conhecia Bill Haley and his comets e outros experimentadores que misturavam ritmos variados (Blues, Gospel, Country, etc.) e formavam um novo estilo, que, no entanto, ainda carecia de uma figura estelar máxima. Foi aí que entrou em cena o garoto de Tupelo, um branco que cantava como negro, que morava então em Memphis, onde ficava a gravadora de Sam Phillips. 

Não tardou para que ganhasse fama e os críticos o alçassem ao posto de Rei do Rock'n'roll!

Começaria aí a década do som que os puritanos classificariam entre as grandes obras do diabo. E olha que essa mesma década de 1950 ainda teria espaço para outros, como Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Little Richard... 

Lá se foram 67 anos desde aquele 5 de julho!

De lá pra cá já vimos surgir bandas estelares e cantores megatômicos. Nos anos 1960 os Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin e Pink Floyd, além de outras tantas que brilharam e num piscar de olhos desapareceram, ao menos dos olhos do grande público - falo, por exemplo, dos Birds ou dos Monks (que conheci recentemente, que cantam I'm A Believer, música tema do Shrek). Vimos também surgir cantores como Bob Dylan, Jimi Hendrix, David Bowie, Janis Joplin e Eric Clapton (se bem que nessa época tocasse com a Cream), que deixaram marcas e ainda conseguem provocar estragos com suas letras e performances. Ainda nessa lista temos obrigação de acrescentar Raul Seixas, que faz sua estréia com Raulzito e os Panteras, em 1968, e ganha notoriedade sobretudo na década que viria a seguir, tornado-se o precursor do Rock Brasileiro.


álbum de estréia da banda Pink Floyd

Nas próximas décadas o Rock continuaria se reinventando, o que lhe deu força e um vigor que não pode ser igualado tão facilmente por outro estilo. Os subestilos de Rock parecem ilimitados (havy metal, psicodélico, progressivo, indie, punk, alternativo e por aí vai) -  daí uma limitação em dar conta de tantos deles por aqui.




Nesse sentido, temos a década de 1970, em parte resultado das experiências do fim da década de 1960. É a minha década preferida, até mesmo quando se fala de Elvis, um cantor já mais maduro, que por esse época críticos relegaram ao "brega" - esse brega que me parece o da crítica e não de Elvis, mas deixemos essa polêmica para outra hora. O fato é que algumas bandas que vinham dos anos 1960 se encorparam como nunca e outras surgem como sinal de um desabrochar de vigor sem fim. É a década de AC/DC, Deep Purple, The Runaways, Black Sabbath, Kiss e Queen...


Ozzy em pose "típica"

Veio então a década de 1980. Uma década que não me fascinava muito, ao menos até tempos atrás. É a década perdida para alguns, e de notoriedade para outros. De qualquer forma, só para citar algumas bandas brasileiras ganham espaço, temos: Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana e Sepultura. Dos gringos temos o momento de The Cure, Guns and Roses, Iron Maiden, Metallica, Red Hot Chillie Peppers e por aí vai.



Na mesma década de 1980, mais exatamente em 1985, no dia 13 de julho, seria institucionalizado um Dia Mundial do Rock. Uma data que desde então celebra anualmente o Rock'n'roll, resultado de um desejo de Phil Collins e que foi escolhida por causa do Live Aid, evento beneficente binacional que aconteceu nesse dia, simultaneamente nos Estados Unidos e no Reino Unido. No evento participaram grandes artistas, tais como: Paul McCartney, Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood, Elton John, Queen, David Bowie, entre outros.


Phil Collins e Sting no Live Aid 1985

Mas, à parte a constelação que compôs o Olimpo daquele primeiro 13 de julho (naquele mesmo ano em que este blogueiro que vos escreve nasceu), as opiniões se dividem entre esta data e o 5 de julho acima mencionado. Os fãs de som mais pesado tem uma tendência à colocar de lado os feitos daquele "Rockzinho antigo, que não tem perigo de assustar ninguém". Preferem o som furioso, com guitarras potentes e batidas nervosas de bateria, que começou a aparecer já no ocaso dos anos 1960. Os mais "clássicos" preferem o som puro e simples, que conseguem entender, dos Anos Dourados e um pouco além. Aquele som que vinham acompanhando, dos cabelos entopetados, roupas que hoje alimentam o mercado vintage e que fazia (e ainda faz) as pessoas se prestarem às danças características e por que não dizer ritualísticas (fascinantes por sinal). 


Raul Seixas em show histórico em 1974, no 
Teatro das Nações em São Paulo

Em resumo, o que quero dizer aqui é que, independentemente do subestilo e da época que se prefira, o Rock'n'roll é o estilo que muitos ouvem e ganha nova, se bem que duvidosa, roupagem a cada metamorfose. Vejo no horizonte distante algo de positivo em tudo isso. 

E independente da data que você escolher (eu fico com 5 de julho...rs), o que vale é curtir o velho e bom Rock'n'roll!


Dica do Dia:

Rock And Roll - Uma História Social
de Paul Friedlander
livro rock and roll

* As imagens dessa postagem são de reproduções, sendo difícil definir as suas autorias.

** Originalmente postado em 13/jun/2014.

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