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Sobre Eric Hobsbawm



Lido por muitos, sendo por uns admirado e por outros execrado, Eric Hobsbawm (1917-2012) é considerado um dos maiores historiadores do século XX.

Ele é considerado por muitos como um dos maiores historiadores do século XX e não é por pouco e por acaso. Contava uma bagagem vastíssima (era um erudito como poucos), o que lhe possibilitava falar dos mais variados assuntos, relacionando-os na História de seu tempo, fazendo análises subjetivas sempre que lhe parecesse possível.

Tratou de camponeses, de trabalhadores, de bandidos, da decadente cultura erudita, do jazz norte-americano que apreciava, do socialismo que lhe afetou diretamente ao longo da vida; enfim, tratou dos humanos que faziam guerras, das quais esteve envolvido de uma forma ou de outra, passeando pelas Eras, tendo como ápice da sua análise aquela dos extremos, inserida no breve século XX.

Os tempos por vezes lhe pareciam interessantes, em outros momentos fraturados, ou mesmo cheios de pessoas extraordinárias. Os humanos eram sua fascinação, mesmo perdendo o otimismo em alguns momentos em que escrevia e reconhecia a decadência de ideias outrora consideradas inovadoras e também promissoras.
Por todos esses pontos, entre outros tantos, ele deve ser lembrado. 


Não escapa, claro, de críticas, como não deveria ser dado a ninguém o direito de escapar. Mas alguns parecem desejar-lhe o desprezo e os palavrórios ofensivos, como os que lhe proferiu certo colunista da revista Veja logo que foi anunciado seu falecimento, tendo recebido na época resposta por parte da ANPUH (Associação dos Professores de História).  

Conheci o autor Eric Hobsbawm nos tempos de graduação. Na verdade, na época o conhecia mais de falar do que de ler. Leituras mesmo comecei a fazer depois dessa fase, quando já estava no Mestrado, especialmente quando me foi necessário pensar a História Econômica e seus métodos, encontrando-o assim também nas discussões sobre a relação entre historiadores e economistas.

Como com qualquer outro autor (para não dizer ser humano), não vejo em Eric Hobsbawm um herói ou um guru da área em que atuo. Mas, aprendi a respeitá-lo pelo que representou para a História, ainda que não concorde com ele em tudo. Aprendi a apreciar o que ele escreveu, ainda que veja que a História vai muito além do seu estilo, cabendo uma multiplicidade "inDescarteável" (o neologismo é meu) de significados e formas.


Dependendo da linha que se siga na História, das formas de abordar o objeto histórico, a preferência recairá em outros aspectos, que não serão mais, como já fora em outros tempos, os da História Econômica. Nesse sentido far-se-á opção por outros autores que auxiliem nas pesquisas, como, por exemplo, o amigo de Hobsbawm e igualmente importante E. P. Thompson, que trilhou o caminho da História Social, com atenção para os aspectos culturais, a formação das classes sociais, entre outros temas nevrálgicos. Da mesma maneira que se terá variados e específicos autores quando se optar por História Política, Cultural ou outra qualquer.

O fato é que não se pode negar a importância de Eric Hobsbawm para a Historiografia do século XX. Dele se pode partir ou nele se pode chegar, fazendo críticas ou reconhecendo pontos em que nele se possa apoiar. Dependendo da visão política, por exemplo, pode-se e deve-se construir um diálogo do que deu ou não certo no movimento de esquerda ao longo desse tempo.

Assista ao vídeo e saiba um pouco mais sobre Hobsbawm e outros 4 historiadores fundamentais
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* A foto usada para a montagem no topo da postagem é de Karen Robinson, para o The Guardian. As demais imagens dessa postagem foram retiradas da internet, o que torna difícil a citação de seus autores. 

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2 Comentários

  1. O que mais impressiona nele nem é a escrita fluida, apesar da erudição, são as analises poderosas que faz, leituras de processos de longuíssimos prazos!

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    1. Pois é, na graduação diziamos que ele "é difícil", justamente por muitas de suas ideias serem profundas e acertivas

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