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CHESPIRITO e o "Black Friday" da Vila




Numa sexta (28 de novembro de 2014) o dia passou diferente na Vila do Chaves. Não havia liquidações, preços baixos e imperdíveis. A "sexta feira negra" ali foi por causa de um de seus membros: Chavinho havia nos deixado...

Me acostumei a vê-lo entrar em seu barriu toda vez que se sentia ameaçado ou queria chorar. Ele não morava ali, mas fazia dele um símbolo central na Vila do Seu Barriga. Acostumei a ver um equilibrista de vassouras, um coletor de garrafas, um sofredor de piripaques. Acostumei a ver e ouvir um choro contado em "pi, pi, pi", ou afirmativas repetitivas de "isso, isso, isso". 

Acostumei ainda a ver um aficionado por sanduíches de presunto. Se bem que nesse caso o fosse, "sem querer querendo", mais por fome do que por gulodice. 

Vibrei quando, pela mágica do chroma key, apareceram lado a lado o Chaves e o Chapolin. Aliás, por falar nesse herói trapalhão, acostumei também a vê-lo tentando vencer os vilões das formas mais espalhafatosas possíveis. E olha que os adversários eram muitos e gabaritados, entre os quais tinha: Tripa-Seca, Tonhão Quase-Nada, Pirata Alma-Negra, a Bruxa Baratuxa, o Racha-Cuca e o próprio Diabo!

Eu assisti festivais de boa vizinhança, com cachorrinhos, mamães queridas, tesouros, e madruguices. Aliás, datas comemorativas sempre ocorriam para Chaves e cia (e era tão legal!). 

Vi, por fim, essas crianças em corpos adultos, fazendo a minha alegria todos os dias na hora do almoço. Me acostumei a isso, mesmo quando descobri que os atores não eram tão criança (de idade) assim. E isso mesmo me ensinou que enquanto eu puder sorrir, ser criança será sempre uma possibilidade.

Mas acontece que tudo tem um fim na vida real. Entre os mais queridos, esse fim já havia chagado para o Madruguinha (Ramón Valdez) em 1989, para Dona Clotilde (Angelines Fernández) em 1994, e para Jaiminho, o carteiro (Raúl Chato Padilla) também em 1994.

Agora era a vez de Chavinho se despedir. Ou melhor, Roberto Gómez Bolaños, o homem que não envelhecia no imaginário das pessoas, mas que era mortal na vida real. Ele se foi em uma sexta feira, negra mesmo, mas negra aqui de luto.


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* Postado originalmente em 29/nov/2014.

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