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Sobre a tristeza do MOMENTO ÚLTIMO





Estava eu ouvindo Elvis esses dias em um de seus hits românticos, quando me vi pensando sobre os MOMENTOS ÚLTIMOS que são sempre triste... 

Talvez essa postagem não te leve a nenhum conhecimento científico (o que é provável). Talvez ela seja vista como autoajuda... ou só mais uma forma de filosofar sobre alguma ideia de tristeza. Mas o que me vem à mente é que faz parte de Ser Humano, ao menos parte dele, criar ritos de passagem para o além e relíquias que nos lembrem ao menos dos últimos momentos, geralmente os que nos marcam -  não me refiro aqui ao final vitorioso de uma competição esportiva ou à conclusão de algo que se espera mesmo que acabe, mas dos últimos MOMENTOS como fatalidade da vida, dos rompimentos não bem esperados... 

Quando queremos rememorar não o fazemos com todas as pessoas da mesma forma - isso já é claro. Separamos senhores e senhoras que nos são simbólicos e que ocupam um espaço (olha a contradição) no vazio do que nos é imputado pela perda. Afinal, a perda é o que nos faz valorizar a posse - assim como a doença desde pelo menos Hipócrates nos faz refletir sobre o valor de ser saudável.


A música de Elvis a que me referia é I Just Can't Help Believen', uma das favoritas de alguns fãs que assistem o especial Elvis É Assim (That's The Way It Is) de 1970. Nesse caso específico eu ouvia a sua última apresentação da mesma no show de abertura da temporada de fim de ano em Las Vegas, em 2 dezembro de 1976 - a última temporada realizada lá por Elvis (ouça a música no fim da postagem). 

Essa canção me fez pensar sobre o por que de vermos as últimas experiências e contatos com coisas que gostamos como momentos que trazem recordações tristes. Sempre que coloco pra tocar alguma dessas "últimas versões" sinto-me contristado. De maneira geral, acontece isso em diversos outros momentos de nossa vida: quando algum parente morre, quando nos despedimentos de um amigo que vai morar longe e temos a sensação de que nunca mais veremos (às vezes só exagero nosso) ou quando acabamos um relacionamento de forma dramática. 

É assim que alguns constroem mausoléus e mandam fazer (quem tem dinheiro claro) estátuas de anjos e outras entes divinos; da mesma forma que Vitória, a rainha que deu nome a uma Era na Inglaterra, mandou construir estátuas mortuárias sua e de seu marido, o príncipe consorte Alberto; da mesma forma vemos máscaras mortuárias entre povos africanos, citando especialmente os egípcios. Não quero discutir representações por aqui (o texto não é exatamente científico, não esqueçam), mas vejo isso como uma forma de guardar a memória, de criar uma ligação com o além, de perpetuar momentos que evocam, entre outras coisas, sentimentos de perda. 

E já que usamos o exemplo de Elvis Presley, sempre me emociona ao vê-lo em seus últimos shows, aqueles que foram filmados para o Especial In Concert de 1977 ou os vídeos caseiros encontrados em sites de vídeo. Conforme se aprofundam as informações daqueles últimos momentos que antecederam sua morte em 16 de agosto, parece se construir na mente uma trama de acontecimentos cujo FIM já se sabe fatídico. É difícil evitar vê-lo melancólico, até mesmo por causa das muitas imagens reproduzidas, dos muitos textos escritos e do tanto que já se falou sobre aqueles tempos. A morte aí, se me permitem os amigos fãs e mesmo os amigos historiadores, parece ser uma coisa inevitável às vezes - embora saibamos que o inevitável não existe, ainda que seja só o caso de protelar algo, alterando a data da consumação. 

Mas, enfim, a fim de falar do FIM e dar um fim a esse texto (ufa!), importa constatar que penso que o ÚLTIMO aqui será ao que parece sempre mais triste. 



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