Diários da Presidência, de Fernando Henrique Cardoso

Um personagem de nossa história recente que uns adoram (ou adoraram) e outros execram; que já foi (e por alguns ainda é) chamado de príncipe, com contribuições intelectuais singulares e que, por outro lado, é criticado por em seus governos ampliar a marcha que nos inseriu no neoliberalismo e na privatizações. 

Esse é Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil (1995-2002), que agora aparece nessa série autobiográfica: Diários da Presidência.

Durante seus dois mandatos como Presidente da República ele manteve o hábito quase semanal de registrar, num gravador, o dia a dia do poder.

A ideia é fazer um passeio pela articulação política para a formação do governo. O necessário convívio com o fisiologismo. As intrigas palacianas. Os atritos com o Congresso. A negociação com os setores retrógrados. A reforma do Estado. A solidão. 

Os registros orais de FHC foram transcritos por Danielle Ardaillon, curadora do acervo da Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso, revistos pelo autor e pela editora, e serão organizados em quatro volumes bianuais (1995-6; 1997-8; 1999-2000; 2001-2). Nesse primeiro livro, os dois primeiros anos compreendem quase noventa horas de gravação, decupadas a partir de 44 fitas cassete, que renderam mais de novecentas páginas. A editora planeja concluir a publicação dos Diários em meados de 2017.

Como costumo dizer, não se pode criticar sem conhecer. Se bem que conhecer no caso desse livro envolva uma reflexão sobre os usos da memória (nesse caso pessoal) e também sobre como as pessoas se comportam no poder. Personagem público que foi e é, precisa ser analisado enquanto tal, com todas as convenções que isso implica.  

Nisso nos é interessante, ao menos por um momento, segurarmos nossas ideologias e sermos um tanto quanto objetivos na leitura. Ao menos por um momento...


Para adquiri-lo, clique aqui!

* Texto com base na resenha oficial.

Compartilhe: