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Zé Butina e o Juan Boliviano



Zé viajou muito, como nos contava o Zeca e ele mesmo antes que dormisse em seu canto na última vez que o vimos. Além dos que deixou nas viagens, no interior paulista também fez muitos amigos, como o Juan Boliviano. 

Mora desde muito tempo na pequena Urupês, onde conheceu o Juan, um relojoeiro vindo da Bolívia, que chegou na cidade na época em que o mato e as ruas de terra ainda predominavam. Dela não saiu mais, tendo feito oficina na rodoviária nova (há uma velha abandonada hoje em dia), onde trabalhou por muito tempo. 

Esse mesmo nobre estrangeiro estava na casa do Zé quando voltamos para ouvir suas histórias e é ele quem conta um pouco de como conheceu nosso personagem.

Bueno, o Zé é um gran cumpanhero, que nóis conocemo nas roda de conversa e viaje que hacemo.  Ele trabajô mucho tiempo num matadoro da cidade, que hoje já num funciona mais e também negociava animal cas otra persona que por aqui aparecia ou ia buscá nas otra cidade vizinha, como a ainda pequena Ibirá. Ele sempre teve umas égua e mula de sobra pra hacer negócio e quais sempre conseguia buenos retorno.

Nóis somo pobre, como o Zé, não temo instrución e nem diproma. Mas, cê pode vê que mucha cosa que os dotô não sabe e as veiz eles vem pra nosotro perguntá. 

Quando eu vim da Bolívia, vim só ca minha finada mujer e dexei os parente tudo por lá. Num cunhecia mucho o lugar, as veiz ficava assustado com os brasileños e sus manera, mas también acostumemo logo porque vinha de una ciudad pequena chamada Charagua, onde a vida era muy difícil. 

Pra ocê saber, mi padre morió en la guerra de Chaco, hace muito tempo e mi madre muriô solita com sus filho tempo despuês, tendo criado nosotros, yo e meus 7 hermanos. Entonces aqui em Brasil encontramos coisas buenas e nunca mais vortemos. Ainda sinto sardade... mas aqui encontrei buenos amigos, como o Zé, que vocêis quére sabê a respeto né?

 Alembro dele chegano muchas veiz na rodoviária, ponto de encontro dos camarada, com sorriso por tê conseguido vendê uns animal. Sempre tinha un causo pa contá, como dicen por estes bandas.

O Zé nos ajudô mucho em algunos momentos. Inclusive muchas veces quando vortava do matadoro trazia para nosotros pedaços de carne, coisa que nóis achava muy bonita de gente como ele. E nóis ajudemos o Zé na roça algunas veces también, porque ele teve uma época que ia e vinha de morá nos sítio e na vila, daí nóis ia trabajar com ele.

Bueno, acho que estoy a falar demais... Só quiero dizê que o amigo Zé Butina é um cara sofrido, mas nunca desistiu das cosa. Perdeu su padre quando nuevo, nem conhecemo. Mas fiquemo muy triste quando a su madre moriô. Era uma mujer muy buena, muy simple persona. O Zé ficô muy abalado, sumiu da vila por um tempo e nós procuramo ele pra saber cosa a respeto. Foi, foi, até que ele se recuperô e começô sorri de nuevo. 


Daí foi até os dia de hoje, que nóis ainda se vê, se bem que menos porque ele casô de nuevo.



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Pedimos a gentileza, caso queiram usar o texto, que citem a fonte. Grato!

** Imagem do topo montada a partir de foto disponível em unboliviable.tumblr.com

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