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O que você precisa saber para entrar na Pós-Graduação pública! | José A. Fernandes




Você pensa em fazer pós-graduação em instituição pública no Brasil? Quer entrar no mestrado ou doutorado, mas tem dúvidas ou não sabe o que fazer? Sabe de alguém que pretende fazer? Com algumas dicas e orientações gerais, espero que essa postagem ajude! 

Eu tenho alguns amigos que sempre dizem, "eu vou fazer mestrado José, o que eu faço?", "não sei por onde começar", ou "preciso saber o que devo fazer pra entrar num mestrado público"... Bom, as respostas que sempre dou e que seguem nessa postagem talvez não sejam de todo novidade, ainda mais se você fez universidade pública ou algum tipo de iniciação científica. Também não devem ser tão novas para quem fez bacharelado. Ainda, para quem já fez mestrado em uma instituição do tipo... Mas, espero que ajude especialmente nos demais casos: de quem estudou em instituições particulares; de quem nunca fez iniciação científica; ou mesmo de quem fez licenciatura. 

Enfim, seguem algumas dicas e passos que quem quer fazer mestrado/doutorado precisa saber para entrar na pós-graduação em universidades e demais instituições de pesquisa públicas. Ah, antes que eu esqueça, quando se fala em mestrado e doutorado, falamos em pós-graduação Stricto sensu, ok!? Pós do tipo que chamamos de "especialização" é Lato sensu. Nos dedicamos aqui ao primeiro caso. Deixemos a especialização para uma outra postagem.

Projeto. Primeiramente, ninguém vai a lugar nenhum quando se trata de pesquisa sem um projeto. Na pós-graduação ele é tão fundamental quanto ter que planejar as contas de casa todo mês, por exemplo, ou ainda bolar um roteiro de viagem. Quando você pensar em entrar no mestrado/doutorado vai precisar de um projeto. E é aí que você vai ter que estar atento ao ponto seguinte, orientador. Mas, ainda em relação ao projeto, você tem que entender que isso depende da região que se queira fazer, das limitas de pesquisa dos programas que mudam de acordo com o estado da Federação ou ainda com os limites impostos pelo acesso às fontes. Inclusive limites financeiros do pretendente, que deve ter em mente que não poderá estudar história da Grécia, por exemplo, sem ter dinheiro para ir para a Europa. Não adianta querer estudar história medieval numa universidade da Amazônia, se não tiver como conseguir as fontes para isso - mesmo com toda facilidade que a internet oferece, ainda há a necessidade de se deslocar em muitos casos.

Orientador. Ninguém faz pós-graduação sem orientador. Isso é uma regra geral em todos os programas de pesquisa. Daí as formas de conseguir um variam, mas geralmente pode-se participar de eventos científicos e tentar descobrir professores/pesquisadores que tenham afinidade com o que você pretende estudar e que estejam credenciados no programa que você quer ingressar. Em alguns casos, felizmente ou infelizmente, será preciso se "sujeitar" aos temas que ele oferecer ou sugerir. Identificado o "alvo", cabe ao pretendente tentar uma aproximação, mandar e-mail, pedir alguma opinião e, claro, sugerir que ele te de orientações prévias (inclusive na elaboração do projeto de pesquisa) e que se comprometa, se passar na seleção de mestrado/doutorado, ele te oriente. 

Em alguns programas o orientador só é conhecido depois de algumas fases terem sido passadas (ex.: prova escrita, de línguas, etc.). Em outros - como o que eu fiz na USP -, o orientador é a parte mais importante do processo e precisa estar definido e de acordo mesmo antes das outras fases. Aqui ele precisa estar ciente que você está fazendo a seleção e o seu ingresso depende dele aceitar a orientação.

Prova escrita. Além dos pontos anteriores, evidentemente, se espera que o aluno tenha conhecimento geral da bibliografia da área ou linha de pesquisa em que queira entrar. Por isso, quase sempre, é feita uma prova para aferir os conhecimentos do pretendente, sobre métodos e fontes; como ele lida com a escrita dos temas próximos à linha pretendida e quais os argumentos ele usa. 

Nesse caso, há sempre uma bibliografia sugerida, com base na qual deverá o pretendente dissertar.

Prova de línguas. Além da prova escrita de conhecimentos, o aluno se submeterá à uma prova de língua estrangeira. Trata-se nesse caso de uma segunda língua, que geralmente é o inglês ou o espanhol, mas que pode também ser o francês, o alemão ou qualquer outra que tenha a ver com o programa pretendido - em alguns programas de Letras, por exemplo, a prova pode ser em latim. 

Interessante dizer que se o aluno tiver mestrado, quando fez prova em uma segunda língua, para a seleção do doutorado deverá fazer em uma terceira. Ou seja, se fez em inglês no mestrado, poderá optar pelo espanhol ou outra qualquer na seleção do doutorado.

Outra coisa é que a forma da prova de línguas geralmente varia. O conhecimento não tem que ser relacionado com a fluência, mas sim com a proficiência, ou seja, como o futuro aluno será capaz de ler na segunda língua escolhida. Por isso, as provas geralmente são com um texto em língua estrangeira a ser traduzido ou interpretado. Essa prova objetiva mostrar que o aluno será capaz de ler fontes nessa língua.


Currículo. Outro ponto fundamental para quem quer entrar na pós-graduação é o currículo. Ter produção na sua área é fundamental para que o futuro orientador e os avaliadores saibam qual a sua afinidade e o quão você está habituado/preparado para fazer o que se propõe. Dá um indício de que você levará sua pesquisa até o fim. No Brasil, como muitos de vocês devem saber, isso acontece por meio da Plataforma Lattes, do CNPq, onde constam eventos participados, apresentações de trabalhos, publicações em geral e por aí vai. Quanto melhor o currículo, melhor a classificação no processo seletivo - mas, claro, depende também da soma com os demais fatores.

Enfim, tendo orientador, aprovado na prova escrita e na de línguas, com o currículo em dia, só precisa ver a colocação entre os candidatos participantes. Se estiver dentro do limite de vagas, pronto, você fará pós-graduação em uma instituição pública. 

Claro que depois de passar haverão outras preocupações: tais como o incentivo à ciência e à pesquisa no país; se vai ter bolsa ou não; se seu orientador vai corresponder às expectativas e por aí vai... Mas aí já são "outros quinhentos"! Aliás, por falar nisso, se quiser um desabafo de um pós-graduando no Brasil, clique aqui e leia nosso texto.

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* Originalmente postado em 23/jan/2020

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