Ticker

6/recent/ticker-posts

Chimarrão - por Glaucus Saraiva




Publicado em 1949, no Jornal do Dia, do Rio Grande do Sul, esse poema perfilha tradicionalismos, pra louvar o chimarrão e a Revolução de 1935 farroupilha.

Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata!
Tens o perfume da mata
Molhado pelo sereno,
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão,
Traduz no meu chimarrão
Em sua simplicidade
Da gente do meu rincão!

Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua;
O perfil da lança nua
Encravada na coxilha,
Apontando, firme, a trilha
Por onde rolou a história
Empoeirada de glória
Da tradição Farroupilha!

Em teus últimos arrancos,
No ronco do teu findar,
Ouço um potro corcovear
Na imensidão deste Pampa!
Reboando nos confins
A voz febril dos clarins
Repinicando: "Avançar!"
Então me fico a pensar
Apertando o lábio assim
Que o amargo que está no fim,
Que a seiva forte que eu sinto
É o sangue de 35
Que volta verde p'ra mim!!!

Jornal do Dia (RS), 4 de novembro de 1949, p. 5 (disponível no site da Biblioteca Nacional Digital).


Se estiver recebendo a mensagem pelo e-mail, clique aqui para assistir

Se gosta de mate, clique na imagem abaixo para adquirir uma infinidade de produtos relacionados!
chimarrão acessórios

Clique aqui!

Compartilhar:

Postar um comentário

5 Comentários

  1. ...Nesse teu sabor selvagem
    A mística BEBERAGEM...

    ResponderExcluir
  2. Me parece faltar o penúltimo verso da 1a estrofe, "A velha hospitalidade".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E não consegui conferir o jornal porque o site da Biblioteca Nacional é uma b0st4, mas sempre acreditei (e incontáveis fontes ratificam) que a payada é do Jayme Caetano Braun (que a gravou); nada de Glaucius.

      Excluir
    2. Pois agora, buscando outras versões, encontro outras menções a Glaucus Saraiva. Ora veja!

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...