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Quando nasceu o Brasil! | José A. Fernandes


 

Há 198 anos acontecia a independência do Brasil - nos tornávamos livres de Portugal.

A independência do Brasil começou bem antes de 1822. Quando o Iluminismo fazia discípulos, especialmente na França, por aqui ressoavam essas mesma ideias de liberdade. Ficou assim manifesto com a Inconfidência Mineira, que malogrou e levou Tiradentes à forca, mas mostrou o descontentamento ao menos de parte da população. 

Por essa mesma época, as 13 colônias da América do Norte, lutaram e tiveram sucesso na sua empreitada: se libertaram da dominação inglesa. 

A partir de 1789, na Europa, a Revolução triunfaria na França, derrubando a monarquia e o Antigo Regime absolutista. E é como desdobramento dessa mesma revolução francesa que teremos uma contribuição fundamental para mudar as coisas em nosso terreno. Quando Napoleão Bonaparte, nascido da revolução e auto proclamado imperador, conquistava a Europa e se preparava pra invadir Portugal em 1808, a família real fugiu para o Brasil. Foi esse um passo enorme para mudar o nosso status, já que com a presença da Coroa em nossas terras, deixaríamos de ser mera colônia para nos tornarmos parte do Reino Português. Muitos historiadores concordam que é a partir daí que o Brasil passou a existir de verdade.

Dom João, por questões de além mar voltaria a Portugal em 1821, deixando seu filho Pedro como regente. Mas, os tempos já não eram mais os mesmo e o caminho que havíamos tomado se mostraria sem volta - mesmo que muitos não percebessem e, evidentemente, nem soubessem na época. Daí em diante, a ideia de se tornar novamente uma colônia atormentava muitos políticos e os fez se movimentar.

Chegou enfim o 7 de setembro de 1822, quando fomos declarados de vez reino independente! Dom Pedro já havia dito que ficava quando o pai lhe pediu que voltasse para Portugal. Além disso, o grupo em torno dele - como José Bonifácio e Leopoldina, esposa de Dom Pedro - já havia se manifestado oficialmente por meio de uma declaração que não queriam mais voltar a ser colônia de Portugal. Só faltava o "grito do Ipiranga". Na verdade, não faltava mais nada e o gripo foi mais encenação, assim como o quadro que pretendeu imortalizá-lo!

Depois de se tornar independente, ficamos dependentes economicamente da Inglaterra, como já disse em outro texto; tivemos que pagar para sermos reconhecidos por Portugal; e ficaram muitos resquícios do que o Brasil vinha sendo até então. Continuou havendo escravidão; a organização política era basicamente a mesma;  os partidos (Liberal e Conservador) seguiram a mesma trilha que já caminhavam; as elites de sempre continuaram comandando. 

Mas, eramos independentes, afinal! O que significava que havia sim novas perspectivas e um desafio grande pela frente. Uma nova nação deveria ser formada, uma história nacional também precisava ser escrita. Forjaram-se então símbolos e imagens. Mas, na contramão do que vinha acontecendo na América, onde pipocavam repúblicas, manteve-se no Brasil a monarquia. Eis mais uma das permanências do momento.

Mas, o que ninguém (ou quase) imaginava naquele momento é que a mesma monarquia deixaria de existir daí a algumas décadas, para dar lugar à mais uma república nos trópicos. Em 1822, os que lideraram o movimento de independência nem imaginavam o quanto o país mudaria ao longo dos dois séculos seguintes. Muitos que viveram aquele momento talvez tivessem imaginado permanências, esperavam conservar e não liberar.

Embora de forma lenta em casos onde era preciso urgência, o certo é que o país mudaria. Embora com dificuldades e tropeços, a união territorial se manteria, ao contrário dos sonhos latinos de outros líderes libertadores. Teimaria, mas, no final, o nosso país deixaria de ser escravista em 1888 - embora tenhamos muito ainda que curar das feridas deixadas pela escravidão. Enfim, o Brasil se tornaria uma república em 1889.  

Enfim, ainda que possamos justamente apontar inúmeros defeitos, o certo é que o Brasil passou a existir em 1822. Além do mais, as importantes mudanças que mostramos, há que se dizer, poderiam ter tomado outro rumo se não tivéssemos nos tornado livres de Portugal.

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Eis também uma dica de livro:
livro independência
Iara Lis C. Souza
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* Originalmente postado em 7/set/2014.

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