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Historiadores em Perfil: John Lewis Gaddis


John Lewis Gaddis é um historiador norte-americano, conhecido sobretudo por seus estudos sobre Guerra Fria e estratégia político-militar. Um defensor ferrenho do capitalismo e crítico do socialismo e comunismo.


Ele nasceu em Cotulla, Texas, em 1941. Estudou em Austin, na Texas University, onde se formou, e onde receberia em 1965 receberia seu título de PhD. Deu aulas na Indiana University Southeast, por um breve período, antes de ingressar na Ohio University em 1969. Em Ohio fundou e dirigiu o Contemporary History Institute (Instituto de Estudos Contemporâneos) e foi nomeado "professor destacado" em 1983. 

Ele desde sempre teve um amplo interesse por questões militares e geopolíticas. Em seu período de atuação acadêmica foi professor visitante da Strategy at the Naval War College (Faculdade de Estratégia Naval de Guerra) entre 1975-1977. Também, entre 1992 e 1993, foi professor visitante de História Americana em Oxford, Inglaterra. Também foi visitante em Princeton e na Universidade de Helsinki, além de ter sido presidente da Society for Historians of American Foreign Relations (Sociedade para Historiadores das Relações Exteriores Americana) em 1992.


Em 1997, ele se mudou para a Yale University para se tornar Lovett Professor of Military and Naval History (Professor "Lovett" de História Militar e Naval). Entre 2000 e 2001 foi George Eastman Professor em Oxford. Em 2005, recebeu o National Humanities Medal, um prêmio anual americano dado a indivíduos, grupos ou instituições que tenham "aprofundado a compreensão da história nacional em Humanidades ou contribuído para o engajamento dos cidadãos com as Humanidades", ou ainda "preservando e expandindo o acesso norte-americano a importantes pesquisas e recursos em humanidades".

É sem dúvida um amplo conhecedor da Guerra Fria, o que lhe deu uma cadeira como consultor no Wilson Center's Cold War International History Project, que, aliás, ajudou a estabelecer em 1991. 

Seu ponto de partida e seus livros não cogitam distanciamento em relação ao objeto de estudo, como muitos historiadores defendem. Seu subjetivismo, norte-americano especialmente, está fortemente marcado naquilo que escreve. Faz uma ampla defesa do capitalismo, do liberalismo e a democracia liberal. Desde o início de seus textos já deixam claro o ponto de vista do qual parte. 

Sua visão, ao mesmo tempo que profunda, dada sua longa trajetória de estudos e acesso às fontes durante e depois da Guerra Fria, é bastante unilateral, ou poderíamos dizer "limitada", a um ponto de vista bem demarcado. Não abre para considerações de possíveis pontos positivos no lado oposto, diga-se no comunismo/socialismo. Foi e é diretamente contra qualquer tentativa de implantação do marxismo já realizada ou de ideias atuais a respeito.

Chega a tratar em seus escritos em termos maniqueístas, comparando o comunismo ao "mau", ou falando em "triunfo do bem" ou da "esperança" quando a URSS acabou e os Estados Unidos "venceram". Lamenta a permanência da China como país comunista - ainda mais como uma potência - e da durabilidade de regimes como o de Fidel Castro em Cuba, sobretudo tendo em vista o que ele chama de década de "revoluções pacíficas", ou seja, os anos 1980.  

Gaddis fala para o U.S. Naval War College (NWC)

Tais visões de Gaddis ficam claras desde o seu primeiro livro, The United States and the Origins of the Cold War, 1941-1947 (Os Estados Unidos e a Origem da Guerra Fria) de 1972. Isso se dá também quando escreve As Grandes Estratégias, lançado já nos no século XXI, que saiu no Brasil em 2019 pela editora Crítica. 

No meio desses dois livros, os demais seguem o mesmo "sentido" ou ponto de vista inicial, dentre os quais Strategies of Containment (Estratégias de Contenção); The Long Peace (A Longa Paz); We Now Know (Agora Nós Sabemos); The Landscape of History (Paisagens da História, livro com considerações sobre o ofício de historiador, conhecido de muitos acadêmicos de História aqui no Brasil); Surprise, Security, and the American Experience (Surpresa, Segurança e Experiência Americana); chegando, enfim, em seu conciso The Cold War: A New History (Guerra Fria: Uma Nova História). Sua subjetividade aflorada aparece ainda para mostrar sua relação direta com um personagem da Guerra Fria: em George F. Kennan: An American Life ele fala sobre o diplomata e historiador estadunidense - seu amigo pessoal - que era mais conhecido como um defensor de uma política de contenção da expansão soviética durante a Guerra Fria. 


Bom, por enquanto é isso. Se quiser saber um pouco mais sobre ele, existe uma série de entrevistas e palestras disponíveis no YouTube. Além, claro, de resenhas acadêmicas de seus livros e reportagens disponíveis na internet.


Os livros desse autor:

On Grand Strategy (2018) / edição em português As Grandes Estratégias 



The Cold War (2005) / edição em português A Guerra Fria

Order and Justice in International Relations (2005, organizado com Rosemary Foot e Andrew Hurrell)


The Landscape of History: How Historians Map the Past (2002) / edição em português Paisagens da História

Cold War Statesmen Confront the Bomb: Nuclear Diplomacy Since 1945 (1999, Co-editor juntamente com Philip H. Gordon, Ernest R. May e Jonathan Rosenberg)




Strategies of Containment: A Critical Appraisal of Postwar American National Security Policy (2005)



Livro destaque desse autor:
As Grandes Estratégias
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* Essa postagem é só um guia rápido desse historiador. Se você souber de alguma incorreção ou tiver algum acréscimo de conteúdo a essa postagem, mande-nos nos comentários. Muito obrigado!


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