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Quem realmente foi Bob Marley?

 


Quando alguém te fala de Bob Marley, provavelmente você dirá que se trata de um cantor de paz, amor e m@conha. Mas a verdade é que ele vai muito além disso, se manifestando, criticando e lutando contra opressões na Jamaica e fora dela.

Bob Marley surge em um contexto turbulento, num país envolvido em conflitos dos mais diversos, com forte presença de gangues, em meio à violência que parecia generalizada na Jamaica. Mas não só ele, assim como também Jimmy Cliff, Pete Tosh e tantos outros, que absorveram muito dessa realidade e compuseram músicas que têm fundo social e baseadas na realidade em que viveram ou que presenciaram.

Quem pensa que Bob Marley é um cantor de roda de hippies ou universitários que gostam de curtir "uma onda", sabe muito pouco sobre ele. Desde que começou com os Wailers, ele já soltava "pedradas" críticas. Os temas são diversos, mas falam de racismo, da opressão imperialista sobre países como a Jamaica, sobre a desigualdade e a pobreza. 

Um exemplo é a música Buffalo Soldier. A história de um africano tirado de sua terra, para lutar uma luta que não era sua; pra lutar pelos Estados Unidos; lutando contra um "inimigo" que nem sabia porquê, lutando por sobreviver. Mesmo quando ele fala em outra música sobre redenção (em Redemption Songs), ele fala de alguém que foi "roubado" e vendido... mas que encontra alento em "músicas de redenção".


Em outras músicas ele fala sobre estar preso em uma "selva de pedra", sobre não estar livre mesmo que não tenha grilhões nos pés. Fala de filosofia que define raças superiores e inferiores, cidadãos de primeira e segunda classe; ou sobre a guerra (ou guerras) que fica, mesmo quando essa filosofia é desacreditada e abandonada.  

Em outras, fala sobre o "tempo da África". Um tempo de rever conceitos e preconceitos; de lutar contra tratamentos desiguais, contra desumanidades. De não desistir, de se levantar e ficar de pé, ficar de pé por seus direitos (Get Up, Stand Up).


Bob Marley é adepto do Rastafari, movimento judaico-cristão surgido na Jamaica dos anos 1930. Movimento de negros camponeses descendentes de africanos escravizados. Ele é adepto Haile Selassie I (1892-1975), o último imperador da Etiópia, tido como a reencarnação de Jesus Cristo ou como a própria representação de Deus (Jeová, abreviado em "Jah"). As músicas, além de ter nele um ponto de partida, têm muitas referências ao movimento rasta, inclusive quando fala das injustiças ou da "Babilônia". Os seguidores são em geral adeptos da cannabis (algo que para eles é natural, nada condenável). Assim como o rastafari desaprova a modificação do corpo (através cirurgias ou amputações, por exemplo) - esse último fato contribuiria para sua morte em 1981, em decorrência de um melanoma em um dedão, que ele se recusou a amputar. 

Mas voltemos ao nosso tema. 

O que quero dizer é que sua religiosidade estava muito ligada às suas manifestações contra injustiças. Assim como se apresenta como uma saída, somada às mudanças sociais necessárias. É aí sim que ele se liga a paz, às "boas vibrações" ou à redenção que já mencionei antes.

Mas, é importante entender que ele não se ligava a partidos, tendo se mantido distante (o máximo que pode) dos políticos de seu país, fossem de direita ou de esquerda. Isso teria sido, segundo muita gente, um dos motivos do atentado a tiros que sofreu em 1976. Por causa disso ele fugiu do país, indo morar em Londres, só voltando à Jamaica em 1978.


Enfim, o que tentei mostrar até aqui é que Bob Marley fala sim sobre paz e sobre a necessidade do amor. Mas ele e sua arte não podem ser resumidos apenas a isso, tendo ido muito mais longe, sendo muito mais ricos que isso. Por isso seria interessante e importante que tentassemos entendê-lo como alguém que defendeu a fraternidade, o "tempo da liberdade", somados à lutar contra injustiças e opressões.
 
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