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Titãs, todos juntos outra vez em Curitiba (2023)



Nesse 10 de junho, um sábado estrelado, os Titãs tocaram todos juntos depois de muito tempo em Curitiba, Paraná. Eu fui e quero botar pra fora o que eu vi e vivi pra vocês.


Se tem uma banca que tem história no Brasil, que representa muito para o rock nacional, essa é Titãs. Por isso a turnê Titãs Encontro tem sido tão especial.

O esfacelamento da banca ao longo das décadas (e foram 4), foi tirando muito do brilho. Lá atrás saíram Arnaldo Antunes e Nando Reis. Já em 2001 Marcelo Fromer morreu. Paulo Myclos ia e vinha. O câncer de Branco Mello, que voltou em novembro de de 2022...

Claro que as carreiras solo eram inevitáveis. Respeitadas as proporções, foi o que aconteceu com os Beatles e mesmo outras bandas. Onde há muita gente criativa junto, uma hora dá nisso. Mas quem curte Titãs, sem dúvida, curte essa galera toda junta.

E é isso que eles resolveram fazer, pra comemorar os 40 anos de banda. 4 décadas desde Sonífera Ilha, seu primeiro sucesso. Que aliás, fechou a playlist do show que começou às 22h quase em ponto, sem banda de abertura.

Revezando nos vocais, todos os vocalistas foram destilando músicas marcantes, que vão do rock rebelde sem causa ao punk, passando pelo acústico e chegando nas músicas mais engajadas.

Arnaldo Antunes, louco como adoramos, deu vida de novo Comida, Pulso, Ôh Cride, fala pra mãe... Ele não parou um minuto; dançou, pulou, fez backing vocal, se divertiu como se fosse anos 80 outra vez!

Houve momento pra homenagem Marcelo Fromer, com sua filha Alice cantando ao lado de Arnaldo. Como foi lindo isso cara!


Branco Mello resistente. Essa é a mensagem passada por alguém que tem lutado contra o câncer; que passou por cirurgia em novembro do ano passado. Que cantou mesmo assim, com voz rouca e tudo - e não foi só uma música. Esse cara tem meu respeito: mostrou energia e vontade de estar lá. É assim que ele cantou Flores, Eu não sei fazer música, 32 dentes e Tô Cansado.

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Nando Reis tava afiado. Cantou sucessos, encantou e cutucou. Os sucessos todo mundo adora. Só Cegos do castelo já valeria o ingresso; mas ele ainda cantou outras, como Família a profética Marvin.

Agora, que cutucada ele deu em diversos momentos! Começando pela performance de Jesus não tem dente no país dos banguelas. Uma paulada de engajamento, de declaração contra tiranos históricos, que foi atualizada com a inserção de Bolsonaro. Para alguns (como eu) esse foi um momento de extravasar, soltando um "hey Bolsonaro, vai tomar no...".


Paulo Miklos foi outro que mostrou energia. Cantou sucessos da banda e ofereceu performances de deixar os fãs de boca aberta. Como não poderia ser diferente, dedicou É preciso saber viver ao grande Erasmo Carlos, falecido recentemente.

Mas não teve só momentos fofinhos da parte dele. Teve até convite para Bichos escrotos saírem de seus esgotos. Da mesma forma, outra "escrota" que adoramos foi Cabeça Dinossauro.


Sergio Britto não foi o último a cantar, mas bem poderia. Começou com Epitácio, aquela que faz uns querem viver mais e outras quererem "trabalhar menos" (aqui é uma referência às montagens do TikTok da música, que só repete infinitamente "Queria ter... trabalhado menos, trabalhado menos, trabalhado menos...). Tirando esse parênteses mêmico, a interpretação de Britto foi linda e mais uma vez muito profunda.

Mas, como Miklos, Sérgio Britto não cantou só músicas sentimentais. Destilou veneno, por exemplo, em Polícia - só pra quem precisa! Mais um momento apoteótico, de liberação e declaração de vontade.

Outra música de mexer com os ossos e a mente foi Capitalismo Salvagem. Música de sucesso, desde os primórdios da banda, que fala de primatas, jogo da vida, vida cruel, destruição...


Claro que para que tudo isso fosse possível e completo, contou com a ação de Charles Gavin na bateria e o lendário Tony Bellotto na guitarra. Esses doido deram shows à parte, com força e ação no palco.

Pra terminar essa breve crônica de um show de estrelas, a música que caberia em qualquer momento do show foi AA UU. Por isso, qualquer lugar que eu mencionasse ela ficaria perfeito nesse texto também. E, pensando bem, que fique assim mesmo! Um show demais, com energia, público presente em massa, lotando a Pedreira Paulo Leminski, Arnaldo Antunes e nós uivando: AA UU, AA UU, AA UU...

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Quero também compartilhar com vocês um vídeo com cenas do show de Curitiba que encontrei no Youtube.

Se estiver recebendo no e-mail e não conseguir ver o vídeo, clique aqui.

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