Desde que começou a figurar entre os europeus, o que passou a se chamar "Brasil" vem vivendo momentos em que os produtos exportados se sucedem em importância. Viveu nosso país do que era mandado pra fora, comprando o que lhe era oferecido pela Metrópole. Dentre os produtos da terra exportáveis temos de início o pau-brasil, seguimos com grandes exportações de cana de açúcar, fumo, cachaça, algodão e café (com mais conhecido destaque no século XIX para esse fruto da rubiácea) - ganhamos também visibilidade com a grande exportação de ouro de Mato Grosso e, sobretudo, das Minas Gerais.
Assim, tomando o que nos diz Roberto Simonsen, um autor muito conhecido entre os historiadores econômicos, em seu História Econômica do Brasil, vemos que "na era colonial, afora os estaleiros navais, que os houve, importantes e produtivos, e os engenhos, rara foi a indústria instalada no país". E não era mesmo interesse que por essas bandas houvesse produções que pudesse concorrer com o que os portugueses traziam.
Claro que também, nesse caso das indústrias, a ideia era a de não distrair os braços da lavoura, assim como assegurar uma diferenciação na produção entre a Metrópole Portugal e a Colônia Brasil. O que queriam os governantes portugueses era garantir que seus produtos industriais tivessem mercado por aqui. Era o Brasil um mero produtor do que chamaríamos hoje de commodities, uma colônia exportadora de produtos agrícolas e riquezas.
Roberto Simonsen - História Econômica do Brasil. 6 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969.
* Originalmente postado em 17 de novembro de 2012.
** Imagem do topo: Moenda de cana. Gravura de Johann Moritz Rugendas.
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