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O problema da Palestina



A questão palestina é bem mais complexa do que parece, envolvendo muitos fatores diferentes. Mas vamos tentar simplificar um pouco, mostrando caminhos para você seguir mais a fundo nos estudos depois.

Se você quer entender o que ocorre na Palestina, primeiramente, não pode ficar restrito à mídia ocidental. Em geral, o que nos chega oficialmente de informações pelo rádio, TV e internet são notícias filtradas, bem tendenciosas. 
Essas notícias ajudam a alimentar uma visão bárbara dos árabes (não só da Palestina), que não raras vezes é relacionada com gente mal organizada, com costumes estranhos, sem democracia... fora a associação deles como terroristas, fundamentalistas, extremistas, homens-bomba e por aí seguem os adjetivos. 
Foto rara da Palestina antes da ocupação por Israel

É preciso ficar atento. Essa imagem dos muçulmanos não é novidade, vem de séculos. Foi assim que surgiram as Cruzadas, expedições religiosas e militares, ocorridas entre os séculos XI e XIII, que pretendia conquistar a Terra Santa, que estaria sob o domínio islâmico. Para isso, era disseminada a visão dos cristãos como mensageiros-guerreiros do Deus verdadeiro, que combateria no Oriente Médio um povo pagão, inimigo da religião verdadeira, que poderia e deveria ser eliminado. 
Essa imagem que se repente atualmente na Palestina, contribui para a pouca empatia com os seus habitantes não judeus. O que permite uma defesa (até mesmo por cristãos) de um povo com religião diferente da sua. Foi assim que o movimento Sionista, surgido no século XIX, foi ganhando força, conquistando a simpatia das grandes potências no século XX até a criação do Estado de Israel.
O sionismo defendeu desde o início a colonização da Palestina, usando como argumento religioso de que os judeus estariam na busca por defender sua "terra prometida" e seus espaços sagrados, que haviam sido perdidos desde o período Romano. Com base nesse argumento, foram criando colônias na região, que aumentaram muito nas primeiras décadas do século XX, até finalmente ser criado o Estado moderno de Israel em maio de 1948.
Só que ele foi criado em lugar já habitado pelos palestinos. Não era uma terra baldia, como dizia o grande defensor do sionismo Theodor Herzl. Não tinha como dar certo: um povo vindo de fora para ocupar uma terra já habitada, tem como resultado de um lado a resistência e do outro a busca pela eliminação dos que lá já moravam. 
É nesse sentido que o historiador Rashid Khalidi, em seu livro Palestina, chama a ocupação israelense de "colonial", comparada mesmo à ocupação feita por outras nações dominantes, a exemplo do Imperialismo que estava em voga nos mesmos séculos XIX-XX. Inclusive, esse mesmo historiador vai chamar os conflitos na Palestina de "guerra dos cem anos", travada com maior ou menor intensidade ao longo desse tempo. Só pra ficarmos nos exemplos principais: Primeira Guerra Árabe-Israelense; Guerra de Suez; Guerra dos Seis Dias; Guerra de Yom Kippur e Intifadas. E chegariamos então, na atual guerra, que seria de Israel contra o Hamas - mas que sabemos tem agravado a já precária e acuada população civil palestina.

DICA DE LIVRO
Palestina
Rashid Khalidi

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