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A economia brasileira na Ditadura Militar

 


A economia na Ditadura Militar apresenta peculiaridades, especialmente pela impressão criada e alimentada com o chamado "Milagre Econômico". Mas como realmente foi a economia no período?

O golpe que instala a ditadura começa a ser maquinado desde muito tempo, mas foi protelado com o suicídio de Vargas. O adiamento seguiu com o bom desempenho da economia no governo JK. Mas já no fim dele, começam a aparecer os sinais de uma crise que é política, social e econômica. 
O que se torna ainda mais intenso no governo de João Goulart. Político mal visto, que a direita fez tudo o que pode para limitar os poderes e finalmente para derrubar da presidência.
Todo mundo sabe como a ditadura começa em 1964. Mas o que é feito pelos militares em relação à economia? Bom, em geral os militares aplicaram políticas economicas restritivas. Tudo de acordo com as exigencias do FMI e dos Estados Unidos. 
Por exemplo, os militares promoveram arrocho salarial, ou seja, aperto nos salários dos trabalhadores e limitação dos reajustes. O que provocou perda constante do poder de compra da população. Para termos uma ideia, entre 1964 e 1985, o salário mínimo caiu 50% em valores reais, ou seja, já ajustados pela inflação.

A repressão
Temos que falar ainda do controle político e da repressão, "necessarios" para que não houvesse "perturbação da ordem". Tais medidas já aparecem desde o início do regime, mas ficam especialmente intensas a partir de 1968, com a imposição do Ato Institucional n. 5 (ou apenas AI5).
Aumentam a perseguição politica, as prisões, as torturas, as mortes e o exílio de opositores do regime. Somados ainda pela Intensificação da censura dos jornais, do rádio, do teatro, da música, enfim... Essas ações são feitas às claras ou em espaços de tortura e extermínio clandestinos. Tudo em nome da ordem e da "segurança nacional", que aliás ganhou lei e instituições oficiais.

E qual foi o resultado em termos econômicos?
O melhor resultado das medidas adotadas é o chamado "Milagre econômico", de fins dos anos 1960 a meados dos anos 1970. Nesse periodo, houve garantias para os investimentos estrangeiros e o governo promoveu construções faraônicas e altos investimentos em infraestrutura. 
A corrupação em meio a essas grandes obras do governo existia, mas era acobertada pela censura aos meios de comunicação. Um dos livros que estudam essa corrupção, é Estranhas catedrais, que fala sobre a relação das empreiteiras brasileiras com a ditadura civil-militar.

Seja como for, o período do Milagre representou um forte crescimento econômico. A taxa de crescimento do PIB saltou de 9,8% em 1968 para 14% em 1973. 

O governo comemorou muito esse e outros feitos, fazendo ampla propaganda dele. Mas...

Para não dizer que não falei da falta de flores
No mesmo período houve aumento da desigualdade social. Isso se deu tanto na cidade como no campo. Campo que foi manchado pela perseguição de inúmeros camponeses, dos quais tem-se descoberto dezenas de mortes, na época ocultada da população em geral.
Seja como for, uns poucos ganharam e a grande maioria seguiu pobre ou miserável. Em 1964, o 1% mais rico da população detinha entre 15-20% de toda a renda do país. No fim da ditadura, esse mesmo 1% já controlava quase 30% da renda do país (fonte: BBC)
O "bolo" do Milagre não foi dividido com a população em geral, como prometia o ministro Delfim Netto. O bolo foi é devorado pelos mais ricos. 
Além disso, nesse periodo diminuíram os investimentos em educação e houve baixo incestimento em saúde pública. Por exemplo, havia altas taxas de mortalidade infantil: no começo dos anos 1980, o índice nacional de mortalidade era de 89,62 crianças para cada mil; no Nordeste esses números eram ainda piores, mais que dobrando.
Houve ainda aumento da dívida externa. Em 1984, o Brasil devia aos governos e bancos estrangeiros 53,8% de seu PIB. Com as duas crises do petróleo da decada de 1970, a dependência brasileira ficou ainda mais visivel, tendo sido o país fortemente atingido.

E como isso termina?
Começa então uma nova crise no fim dos anos 1970, que só pioraria nos anos 1980. Crise que afetaria as classes médias, que antes apoiavam os militares, mas ainda mais a população mais pobre do país. 
Em 1985, último ano da ditadura, o índice anual de inflação chegou a 231%. Ou seja, os salários reais eram baixos e o preço dos produtos básicos estavam nas alturas. A situação econômica brasileira ficou insustentavel, o que contribuiu e muito pra abertura política e o fim da ditadura militar

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