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Qual a história da tatuagem?

  

As tatuagens não surgiram com a moda das últimas décadas, elas são muito mais ancestrais e tem muitos significados diferentes ao longo dos tempos. Mas, então, qual a história da tatuagem?

Alguém vai notar que estou fazendo isso porque acabei de fazer duas (primeiras) tatuagens. E é isso mesmo (risos). Mas, esse texto não é sobre mim, é sobre o fascinante mundo das pinturas corporais.

Sua história vem desde quando nem existia escrita e as primeiras comunidades começavam a querer se expressar. Claro que é difícil demonstrar isso (senão impossível), já que não temos corpos preservados com marcas e símbolos desenhados. Mas não é difícil imaginarmos alguém em algum momento fazendo um desenho em si mesmo ou em outra pessoa próxima. Basta olharmos para as pinturas rupestres, marcas deixadas para a posteridade que mostram elementos do dia a dia (animais, corpos humanos, eventos como a caça).

Até onde as evidências arqueológicas nos permitem vislumbrar, a prática da tatuagem já existiria há mais de 5.000 anos. Tatuagens foram encontradas em múmias no Egito antigo datando de cerca de 2000 a.C. Elas também foram descobertas em restos humanos (mais recentes do que os pré-históricos e fossilizados) em outras partes do mundo, incluindo Europa e Ásia.

detalhes de uma múmia egípcia: mãos e pescoço tatuados

Claro que as tatuagens também receberam condenação religiosa. Como podemos ver na Bíblia, a exemplo do que encontramos em Levíticos: "Não façam cortes no corpo por causa dos mortos nem tatuagens em vocês mesmos". Condenação que continuou ao longo dos séculos, mantida pelos cristãos. Nesse contexto elas sempre foram associadas às práticas pagãs e cultos tidos como idólatras. 

Mas, voltemos à história da tatuagem.

Desde o que conhecemos como pré-história, marcar o corpo tem assumido significados diferentes dependendo da ocasião e das civilações que a adotaram. Podendo ser componente religioso; ritualístico. Podendo ser parte de momentos de festa. Elas poderiam ser usadas como símbolo de estatus social. Ou, o que sempre foi comum também, componente visual da guerra. 

A cultura da tatuagem não se restringe à uma região geográfica. Elas podem ser encontradas desde muito tempo em povos e regiões das mais diferentes. Sejam elas fixas, gravadas no corpo para durar, ou de forma temporária. Assim que temos os grafismos corporais indígenas, encontrados desde o Alasca, no extremo norte das Américas, até os confins da Terra do Fogo, no sul do mundo.

grafismos indígenas

Na Polinésia, em ilhas do Pacífico Sul, como Samoa, Fiji e Taiti, há uma tradição rica conhecida como tatau ou tatuagem polinésia. Essas tatuagens eram feitas à mão, usando ossos de animais ou dentes como agulhas e tintas naturais. Elas tinham significados culturais profundos e eram frequentemente usadas para contar histórias e marcar a passagem para a idade adulta.

Ainda na Ásia, podemos ver que a tatuagem tem uma longa história, com tradições de tatuagem encontradas na Índia, Japão e Sudeste Asiático. No Japão, por exemplo, a tatuagem era inicialmente associada a criminosos, mas depois se tornou uma forma de arte altamente respeitada conhecida como irezumi. Na Índia, as tatuagens eram frequentemente usadas para fins religiosos e espirituais.

Falando em Japão, a Yakuza, máfia japonesa faz uso das tatuagens para criar identificação e representações sobre suas práticas iniciáticas e de ritualização. Nesse contexto elas podem representar lealdade, coragem, dedicação, justiça, honra. Tudo isso representado de formas codificadas através da tatuagem, que não diz respeito apenas à máfica, mas é parte do imaginário japonês como um todo.  

tatuagens Yakuza

E por falar em criminosos, por muito tempo a tatuagem vem sendo vista e pensada de forma depressiativa por parte da sociedade. Já falei dos judeus e dos cristãos; assim como dos japoneses. Mas, em nosso período contemporâneo, por muito tempo, as tatuagens foram vistas como coisa de maluco, de bandido ou restrita a grupos específicos (exemplo dos marinheiros, como o fictício, mais nem tanto, Popeye).

Como outros elementos culturais que vem sendo valorizados e colocados na moda (exemplo do skate), as tatuagens eram associadas às prisões, vidas pregressas ou clandestinidade. O que passava uma imagem extremamente negativa de que as tinha, sendo eles segregados e estigmatizados.

Ainda bem que as coisas mudam. Ainda bem que, às vezes, pra melhor. E é assim que as tatuagens nas últimas décadas ganharam o gosto das pessoas. Sejam elas adolescentes querendo se encontrar e mostrar alguma rebeldia; seja ainda jovens senhoras e senhores, que decidem que a vida é deles (e com toda razão!) e por isso fazem tatuagens.

O cantor Post Malone, o Trap e as tatuagens

Antes de você, queria só dizer que a arte de marcar o corpo se estende por outros formatos. Basta lembrarmos da escarificação, que são marcas feitas na pele através da navalha, como parte da cultura de algumas tribos africanas como Bodi, Mursi e Surma, que vivem na Etiópia, além de Karamojong, no Uganda, e Nuer, no Sudão do Sul.

A escarificação africana é símbolo de força e beleza

E você, tem alguma tatuagem? Tem vontade de fazer, mas não tem coragem, como eu não tive por muito tempo? Deixe seu comentário.

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