Alberto Vasconcellos da Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 1931, um dia antes das rememorações da libertação dos escravos em nosso país. Por coincidência ou não, se tornou um dos maiores, senão o maior africanista brasileiro.
Ele é filho de poeta e poeta se tornou também. Mas não se tornou apenas poeta: ele se tornou ainda historiador, além de cronista, ensaísta, memorialista e diplomata. Um personagem que desde a adolescência se apaixonou pela África e que fez dela uma de suas obsessões ao longo da vida.
Em seu longo e rico trajeto pessoal, Alberto da Costa e Silva se interessou por muitos temas envolvendo a cultura, do Brasil e da África, que foram usados em seus estudos históricos, poemas, ensaios, memórias e antologias. Nesse mesmo caminho que trilhou, ele se interessou profundamente pelo estudo das culturas e histórias dos povos africanos, entendidos por ele em sua multiplicidade e não apenas como "uma África só", coisa que não existe. Em termos de história, fez isso observando um longo período que vai da antiguidade até tempos mais recentes - como é o caso de seus livros Imagens da África: da Antiguidade ao Século XIX e As Relações Entre o Brasil e a África Negra, de 1822 a 1° Guerra Mundial.
Alberto da Costa e Silva já foi amplamente condecorado e premiado. Recebeu, por exemplo, o Prêmio Luísa Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil, em 1978, pelo livro de poemas As linhas da mão; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1997, pelo livro Ao lado de Vera; e em 2014, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra. Em 2004 foi escolhido pela União Brasileira de Escritores (UBE) como o "Intelectual do Ano". Recebeu também diversas condecorações do governo de Portugal, onde foi embaixador de 1989 a 1992.
Por fim, vale dizer que é claro que ele não se dedicou exclusivamente às pesquisas históricas, não sendo ele um "historiador de tipo acadêmico" ou "de formação", como alguns podem objetar. Mas, isso não o torna menos importante, afinal, se não separa a cultura, as africanidades, a poesia, não faria ele como os respeitados velhos que espalhavam e ainda espalham histórias através da oralidade nos mais diversos cantos da Áfricas?
Bom, por enquanto é isso. Alberto da Costa e Silva segue ativo, com seus 89, participando de entrevistas e falando de África. Caso queira saber mais sobre ele, há o livro Três vezes Brasil, organizado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Assim como há também dezenas de entrevistas e palestras dele no YouTube ou em diversos meios midiáticos, além dos seus livros listados abaixo, claro.
Os livros desse historiador:
Como poeta e outras ficções
O Parque e Outros Poemas (1953)
O Tecelão (1962)
Alberto da Costa e Silva Carda, Fia, Doba e Tece (1962)
Livro de Linhagem (1966)
As Linhas da Mão (1978)
A Roupa no Estendal, o Muro, os Pombos (1981)
Consoada (1993)
Ao Lado de Vera (1997)
O Pardal na Janela
Como historiador e africanólogo
As Relações Entre o Brasil e a África Negra, de 1822 a 1° Guerra Mundial
Um Rio Chamado Atlântico (2012)
Imagens da África: da Antiguidade ao Século XIX (organização e notas de Alberto da Costa e Silva, 2012)
A África (2016)
Como ensaísta
O Vício da África e Outros Vícios (1989)
Guimarães Rosa, poeta (1992)
Mestre Dezinho de Valença do Piauí (1999)
Castro Alves: um poeta sempre jovem (2006)
Como memorialista
Espelho do Príncipe (1994)
Como organizador de antologias e outras participações
Lendas do Índio Brasileiro (1957)
A Nova Poesia Brasileira (1960)
Poesia Concreta, Lisboa (1962)
Da Costa e Silva (1997)
Poemas de Amor de Luís Vaz de Camões (1998)
Antologia da Poesia Portuguesa Contemporânea (1999, com Alexei Bueno)
Enciclopédia Internacional Focus (Lisboa, 1963-1968, dirigiu e foi o principal redator da parte brasileira)
Poesia Completa: Cecília Meireles (conta com uma apresentação de sua autoria)
Ensaios escolhidos – Augusto Meyer (conta com seleção e prefácio de sua autoria)
Machado de Assis - 1935/1958 (conta com prefácio de sua autoria)
Livro destaque desse autor:
Box A manilha e o libambo
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* Essa postagem é só um guia rápido desse historiador. Se você souber de alguma incorreção ou tiver algum acréscimo de conteúdo a essa postagem, mande-nos nos comentários. Muito obrigado!
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